CAPÍTULO VIII - PARIS - “A AUXILIADORA”

Situada acima de Paris, em França, num plano espiritual próximo da crosta, encontra-se a cidade espiritual com o mesmo nome, Paris, onde, desde há  séculos, espíritos abnegados, servos de Jesus, laboram a favor dos seus irmãos sofredores, tanto encarnados, como desencarnados.

Paris, cidade espiritual, construiu-se ao longo dos séculos, a partir de uma aglomeração de postos de socorro localizados perto da cidade física. Essa aglomeração foi feita com o auxílio de Jesus, através de seus Servos Maiores, objectivando-se maior capacidade de resposta às necessidades de ajuda, cada vez mais volumosas.

Espíritos valorosos, anciãos muito sábios, na verdadeira acepcão da palavra, todos eles oriundos de planos espirituais muito elevados, voluntariamente se congregaram, uniram esforços, amparados sempre por Jesus, tendo-se fortalecido nessa tarefa de amor.

Quando, na qualidade de governador da cidade, Horácio, se dedicou inteiramente a esse trabalho, fê-lo cheio de esperança no êxito dos trabalhos a serem efectuados e nos seus objectivos. Ele, tendo-se proposto, com o aval do Alto, assumir esse  cargo, ombreando lado a lado com todos os seus colaboradores, sente-se gratificado pela dimensão que a sua obra alcançou, alongando-se tanto que chega aos confins da Ilha de França, auxiliando cada vez mais. Deus, infinitamente misericordioso, tudo lhe proporciona para que consiga atingir os seus propósitos.

Horácio tem, como todos os filhos de Deus, objectivos de crescimento. Governar a cidade de Paris espiritual, incrementando o seu potencial de

auxílio, faz parte desses objectivos, e ele fá-lo sob os auspícios de Jesus, crescendo através das tarefas a que se dedica. Deus, infinitamente misericordioso, proporciona-lhe tudo aquilo necessita para crescer, e, como Pai, acrescenta sempre mais às necessidades dos seus filhos, para além do que lhe é pedido. Sim, todos vós  recebeis muito para além daquilo pedis a Deus, seja material, seja espiritual.

Os desígnios de Deus, sendo insondáveis, desenrolam-se gradualmente ao longo da vida; se cumprirdes a vida de acordo com os objectivos que vos propusestes alcançar, esses desígnios transparecem a cada instante: ao acrescentardes labor à vida, a vida responde com amor.

Horácio deu tanto amor a Paris! Envolveu-se tão intimamente com os propósitos de auxiliar, ao ponto de se esquecer de si próprio, tudo doando a favor dos seus irmãos necessitados. Essa doação completa reverteu a seu favor e, cumprindo-se a lei de causa e efeito, ele, humildemente, aceitou do Alto a recompensa: servir a Jesus e a Maria, ligando-se a Eles cada vez mais, e, através dessa ligação, crescer, progredir, subir às altas esferas – trajectória almejada por todos nós -, servindo-se dessa ligação para conseguir auxiliar cada vez mais.

Quando, sob os auspícios de Jesus e Maria, Horácio iniciou, juntamente com os seus companheiros de ideal, a edificação de Paris, através da congregação de inúmeros postos de socorro que, com a protecção de Jesus, laboravam a favor dos sofredores, o seu principal objectivo era levar a todos eles o necessário auxílio. Nem mesmo nos seus sonhos mais ambiciosos, ele conseguiu prever a obra que hoje, sob a sua tutela, se desdobra em mil tarefas, levando alívio, conforto, compreensão, esclarecimento… em suma, amor, a tantas almas.

Espíritos provindos de elevados planos espirituais, incluindo espíritos angélicos, deram-lhe tudo aquilo que ele precisava para erguer a fortaleza de paz e amor que é Paris espiritual. Nesse lugar de paz e amor se congregam milhões de espíritos, sendo a maior parte deles oriundos da cidade física com o mesmo nome. Além desses cidadãos, também aí vivem espíritos vindos de lugares longínquos, mas que, devido à afinidade com esta cidade, nela vivem, laborando, auxiliando, crescendo. Todos eles, sem excepção, precisam de crescer, e, com o apoio de Jesus e Maria, tem todas as oportunidades para o conseguirem.

Ninguém se encontra excluído, todos estão integrados activamente na vida da cidade, tendo cada um oportunidade de trabalhar em função das suas necessidades de crescimento.

O espírito mais trabalhador, aquele que abdica de todo o seu tempo e de si próprio para levar a efeito as tarefas de auxílio e governação, é, sem dúvida, Horácio. Através da sua dedicação à obra, muitos foram auxiliados, e, estando equilibrados, já se iniciaram na prática do bem, integrados em equipas de socorro fraterno.

Paris espiritual situa-se sobre Paris física, mas, sendo invisível aos olhos dos seus cidadãos, parece inexistir. Como estão equivocados todos eles! Se pudessem vislumbrar uma fracção desta colónia, confundi-la-íam com o paraíso divulgado pelos diversos credos religiosos… No entanto, embora sendo um lugar de paz e amor, onde o bem impera, está longe de se equiparar às colónias espirituais superiores.

Deus, infinitamente misericordioso, criou universos sem fim, e, incumbindo-lhes destinos, diversificou-os, proporcionando infinitos mundos aos seus filhos para poderem progredir. Paris espiritual é um desses mundos, um grão de poeira nos universos criados por Deus, onde, com a Sua permissão, espíritos obreiros, através da vontade e esforço próprios, progridem, dando um ou mais passos na caminhada íngreme, mas garantida, para Ele.

Os trabalhadores, sejam encarnados ou sejam desencarnados, laborando com Jesus, crescem, sendo-lhes proporcionado tudo aquilo que necessitam para progredir. Muitas vezes, aquilo que é necessário não é recebido com agrado, pelo facto de ser difícil, requerendo muito esforço, sacrifício e sofrimento para ser ultrapassado, ao ponto de ser rejeitado, levando à estagnação.

Tudo aquilo que, através de esforço próprio, adquirimos, seja material, seja espiritual, pertence a Deus. Ele é o doador, a fonte, a origem de tudo aquilo que recebemos. Agradecei a Deus! Bendizei-O! Ele, Pai infinitamente justo e misericordioso, recompensa-nos pela gratidão demostrada, irradiando-nos de fluidos salutares, aumentando a nossa fé e confiança n’Ele.

Paris espiritual vive em permanente labor, levando as suas actividades socorristas até aos confins da zona a que chamais Ilha de França. Foi-lhe atribuído o título de “Auxiliadora” pelas Altas Esferas, significando este título o desvelo, a dedicação, o empenho e o amor que todos os seus trabalhadores dedicam à sua congénere física. Auxiliar é o lema desta cidade, lema constantemente praticado pelos seus Mentores, em especial por Horácio.

Viver em Paris, a “Auxiliadora”, é laborar intensamente, sendo-vos impossível imaginar esse intensamente, devido ao facto de, estando vós na carne, necessitardes, para vos manterdes saudáveis, de muitas horas para o sono, o lazer e as refeições. No entanto, no mundo espiritual  há milhões de espíritos, biliões, libertos dessas necessidades, dedicando-se inteiramente ao trabalho, sem comerem, sem dormirem, sem descansarem. Estes espíritos, servos de Jesus, dedicam-se sobretudo a socorrer necessitados de esclarecimentos e alívio. Eles socorrem-nos levando-lhes o Evangelho de Jesus e irradiando-os de fluidos salutares, a fim de que, assim esclarecidos e fluidificados, tenham possibilidade de, com o amparo de Jesus, se elevarem o suficiente para os acolhermos, levantarmos e conduzirmos aos nossos hospitais.

Por todo o lado, seja nas cidades físicas, seja no umbral, há irmãos necessitados de auxílio e irmãos dedicados a auxiliar. Deus não abandona ninguém e, além de não abandonar, a todos ampara, levando-lhes o necessário auxílio através dos seus filhos dedicados a Jesus, nós.

Quando, sob a protecção de Jesus e Maria, enfrentamos dificuldades no auxílio a espíritos muito endividados, endurecidos pela prática continuada do mal, oramos, juntamos as nossas energias, e rogamos a Deus amparo. Sempre o recebemos, através de Jesus e Maria, que nos irradiam de fluidos vivificantes, fortalecendo a nossa fé e confiança n’Ele, conseguindo terminar o trabalho com êxito.

Ainda quando, sob a protecção de Jesus e Maria, nós, encorajados por Eles, socorremos esses irmãos mais perturbados, sentimo-nos fortalecidos. Eles sempre nos amparam, guiam, iluminam, e, principalmente, nos amam. Sentindo nós esse amor tão presente, tão vivo, fortalecemo-nos nele e tornamo-nos inexpugnáveis, protegidos pela força desse amor que, irradiando de nós, impede os espíritos mal-intencionados de nos ferirem ou desalentarem. É imprescindível mantermo-nos unidos a Jesus e a Maria, aceitando-Os no nosso coração, recebendo o seu amor, e, assim armados, podemos enfrentar qualquer exército: somos invencíveis!

Sempre que, sob a protecção de Jesus e Maria, socorremos estes espíritos, fazemo-nos acompanhar apenas por irmãos completamente equilibrados, harmonizados, de bem consigo próprios, e, sendo o grupo homogéneo em elevação e ideais, temos mais possibilidades de ter êxito, conseguindo irradiar fluidos higienizadores no ambiente saturado em que vivem estes espíritos perturbados, prodigalizar-lhes ensinamentos, fluidos e, sobretudo, amor. Sem amor, sem caridade, nada é possível realizar.

Horácio e os seus Ministros, durante o período que antecedeu a organização de Paris, “A Auxiliadora”, ficaram em Lourdes, cidade espiritual já englobada neste livro, tendo-se aí preparado para a missão vindoura, auxiliando espíritos residentes nessa colónia a levarem os seus serviços socorristas às colónias próximas, bem como à Terra.

Os seus serviços foram-lhes benéficos porque adquiriram experiência na prática da caridade pura, e, auxiliados pelos cidadãos dessa cidade, espíritos elevadíssimos, guindaram-se ao Alto, ligando-se a Jesus e a Maria, deles colhendo bênçãos de amor e paz.

Quando, após esse estágio em Lourdes, Horácio e os seus Ministros, plenos de luz, iniciaram a edificação de Paris, fizeram-no convictos do amparo de Jesus e Maria, fortalecidos pelos fluidos deles irradiados.

Paris, “A Auxiliadora”, juntamente com Lourdes e Leon, são-me particularmente caras, devido ao facto de nessas três colónias ter vivido, laborado, crescido e progredido, sentindo-me capacitado para bem descrevê-las. São-me familiares os seus templos, os seus hospitais, os seus jardins, as zonas residenciais com as suas habitações luminosas rodeadas de árvores e flores de todos os matizes, cada bosque, cada edifício… tudo tenho bem gravado na minha memória, e, ao  descrevê-las, vejo-as claramente na minha tela mental.

Horácio, Governador de Paris, aceitou-me o ingresso na sua colónia durante um período de seis anos. Eu, grato pela sua hospitalidade, auxiliei-o na organização de trabalhos socorristas. Juntamente com irmãos muito experientes, íamos ao umbral, e, deparando-nos com tanto sofrimento, pedíamos a Deus auxílio, auxílio esse que não se fazia esperar. Sempre que, laborando na seara de Jesus, imploramos o auxílio de Deus, Ele imediatamente no-lo dá, sob a forma de fluidos emanados do Mais Alto sobre nós e sobre os nossos irmãos necessitados de auxílio. Jesus e Maria são-nos fiéis, e, recebendo o nosso pedido de auxílio que em prece dirigimos a Deus, irradiam-nos de fluidos fortalecedores, vivificadores, envolvendo-nos a todos, aumentando o nosso ânimo e fé no sucesso dos trabalhos.