Capítulo 3: Dornes

O Nicolau é co-responsável, juntamente com o sublime Irmão David, e sob a sua orientação, pelo Posto de Socorro, habitando este irmão numa cidade espiritual acima daquela que nós habitamos, ambos cuidando de tudo aquilo que concorre para que o auxílio aos sofredores se processe.
Nicolau intende mudar-se para ficar mais tempo dedicado ao Posto de Socorro e aos sofredores: ele recordou-se, porque já lhe foi avivada a memória, dos tormentos que passou nos mundos inferiores, há muito tempo, após uma desencarnação, e justifica-se que, tendo sido auxiliado, agora seja ele próprio a socorrer espíritos infelizes.
Eu, ao morrer, fui logo levado para o Céu, mas, tendo vivido outras vidas e outras mortes, também poderei ter sofrido; no entanto, por falta de elevação, ainda não me é permitido lembrar-me do passado. Nicolau já se elevou o suficiente para se recordar sem se desequilibrar, e, ao fazê-lo, decidiu entregar-se ao trabalho, sofregamente: podendo ter períodos para repousar, não o faz, ligando-se integralmente a esta obra, Dominus Voviscum, nome de sua escolha.
Há, por toda a Terra, seja qual for a religião que aí predomine, postos de socorro próximos da superfíciedo planeta, ligados a cidades situadas espiritualmente mais acima, com as quais funcionam em articulação, que prestam socorro aos sofredores, levando-lhes o Evangelho de Jesus, preces, esclarecimentos e fluidos, para que se elevem o suficiente para serem socorridos. Deus é Pai, e, através dos Seus filhos mais esclarecidos, leva-lhes luz e amor. Tudo aquilo que fazemos, fazemo-lo em nome de Deus e de Jesus, de quem somos servos e a quem entregamos o resultado do nosso trabalho.
David é um espírito muito luminoso que vive numa cidade acima da nossa. Ele e o Nicolau elevam-se a Jesus, utilizando-se d'Ele para fluidificarem tudo aquilo que estão a construir, ligando-se permanentemente a Ele e d'Ele recebendo os fluidos. Há-os para todos os fins: muitas vezes são esses fluidos responsáveis pelas nossas decisões íntimas, tocando-nos as fímbrias do coração e dando-nos forças para nos erguermos quando tudo parece estar a desmoronar-se à nossa volta. Esses fluidos também podem ser utilizados na construção e em situações problemáticas, para, sob a sua influência, nos sairmos bem.
David é especialista na utilização dos fluidos, e ensina-nos essa técnica que só é eficaz se a finalidade for benéfica, eivada de amor ao póximo, a Deus e a Jesus.
 
Para os manipularmos, elevamo-nos espiritualmente a Deus e a Jesus, pedindo-Lhes que nos ajudem para podermos auxiliar os nossos irmãos, utilizando-nos dos Seus santos fluidos. Seguidamente, manuseamos mentalmente a matéria fluídica, para os fins que desejamos alcançar, e essa matéria adquire a forma que nós mentalizámos.
Há milhões de espíritos a viverem em milhões de habitações fluídicas, parecendo-nos casas de matéria sólida, tal como o nosso corpo espiritual aqui aparenta ser.
 
Deus, nosso Pai, criou-nos para a eternidade: podemos viver e morrer muitas vezes, para irmos adquirindo qualidades morais, as únicas que nos elevam.
Nicolau cresceu muito na sua última vida, e, sendo católico, julgava que o Céu era diferente daquilo que encontrou, mas sentiu-se feliz por ser diferente, porque a ideia de inactividade era contrária ao seu carácter: pediu autorização para se dedicar à tarefa que tem em mãos, mantendo-se activo e feliz.
Eu, também católico, pensava igualmente num Céu seráfico e contemplativo, mas encontrei algo muito diferente, para melhor, na minha opinião, pois é a continuidade lógica da vida e não um final sem objectivos, somente contemplação.
Pedro, o meu irmão mais velho, veio há muitos anos para a cidade espiritual onde vivo. Por ter sido trazido para cá ainda jovem, envolveu-se em múltiplas actividades, sendo responsável por equipas de espíritos devotados ao auxílio nas zonas inferiores. Tal trabalho eleva-o tanto que ele tem luz no seu corpo espiritual, irradiando-o e influenciando-nos positivamente sempre que nos visita.
O Pedro não se encontra sempre na nossa casa, porque ele reside numa região próxima do umbral, para aí, juntamente com os outros espíritos que com ele trabalham, prestarem auxílio aos necessitados.
Essa zona próxima do umbral é um posto de socorro, mais antigo e ainda mais próximo da superfície da Terra do que Dominus Voviscum, situando-se precisamente no lugar que na Terra é chamado Dornes. Esse lugar, no passado, esteve muito tempo sob o domínio de forças perversas.
O Pedro, embora tenha a sua habitação junto de nós, vive mais tempo em Dornes, no Posto de Socorro, aí esclarecendo, fluidificando, evangelizando, e, principalmente, exemplificando o amor de Jesus, tendo, ao longo dos anos, resgatado muitos espíritos das malhas dos seus perseguidores, aos quais estavam ligados por laços fluídicos muito antigos e profundos. Nesta ligação tão íntima, torna-se muito difícil desfazer os laços para os libertar. O Pedro tudo faz para desligá-los uns dos outros, e resgatar aqueles que, por já terem tomado consciência dos seus erros, estão preparados para receber auxílio.
Dornes, situada perto de Tomar, foi, durante séculos, sede de sociedades secretas ligadas a práticas ocultistas, práticas essas que, para terem sucesso, requeriam o concurso de seres espirituais inferiores, espíritos perversos, praticantes do mal. Desta forma comprometeram-se mutuamente, tendo, após a morte física, por indiferença às Leis de Deus, ficado reféns desses espíritos, e a eles ligados por laços muito fortes e difíceis de quebrar São esses espíritos que o Pedro se esforça por resgatar, tanto uns como os outros: todos são filhos de Deus, e, sendo Ele misericordioso e justo, perdoa a todos os que Lhe pedirem perdão sincero e arrependido, enviando-lhes os seus filhos, servos de Jesus, para os auxiliar.
Sempre que o Pedro consegue resgatar algum destes irmãos, eleva-se a Deus e a Jesus em oração, agradecendo-Lhes e entregando-Lhes esse espírito resgatado. Deus recompensa-o, fortalecendo-lhe a fé e o ânimo. Muitas vezes eu vou ao Posto de Socorro e vejo-o a trabalhar, auxiliando-os, elevando-lhes o ânimo, e, através de fluidos, fortalecendo-os íntimamente para se manterem firmes na vontade de se equilibrarem.
 
Deus é misericordioso, favorecendo-nos em tudo aquilo que fizermos para o bem dos outros; por isso, sendo o Pedro um servo de Jesus, tudo Ele lhe dá para que  possa auxiliar aqueles necessitados de luz e amor, indo ao seu encontro sempre munido de fé, confiança e luz, levando-lhes Jesus: evangelizando-os, fluidificando-os, esclarecendo-os, legando-lhes tudo aquilo que recebe do Alto. Pedro não é um Anjo, no entanto, ao se aproximar dos sofredores, eles vêem-no como tal, pela luz e paz que irradia.
Os espíritos necessitados, sofredores, jungidos uns aos outros, têm sido, ao longo dos séculos, visitados, esclarecidos e fluidificados por espíritos missionários, encontrando-se alguns - aqueles que já reconheceram os seus erros - preparados para serem libertados, permitindo Jesus retirá-los de lá para receberem os primeiros tratamentos no posto de socorro, e posteriormente serem levados para a cidade espiritual situada acima de Dornes, aí ficando internados no hospital, em tratamento, até se reequilibrarem.
O Pedro preocupa-se sempre em saber a evolução de cada um deles, pedindo notícias, visitando-os sempre que pode e doando-lhes bons fluidos, a fim de fortalecê-los, elevando-lhes o ânimo e esclarecendo-os sobre aquilo que está ao seu alcance fazerem para se melhorarem. Ao mostrar interesse genuíno pela situação de cada um deles, Pedro vence-os, ficando eles sob o seu jugo, jugo esse que é leve, pois é de Jesus.
O jugo de Jesus é leve, feito de amor. Ficando sob o Seu jugo, sentimo-nos protegidos, pacificados e amados, aurindo possibilidades infinitas de crescimento espiritual. Pedro, sendo servo de Jesus, vive sob o Seu jugo, reflectindo-O. Ele age através de Jesus, imitando-O e exemplificando-O nas suas actividades.
Dornes ficará liberta de sofrimento e trevas.